segunda-feira, 16 de abril de 2012

Vou passar a andar sempre em pé e de capacete


Há um problema muito grave nos transportes públicos, que tem vindo a afectar muita gente, nomeadamente a mim, e sobre o qual não vejo ainda ninguém falar. É um problema que me causa sempre imensas dores de cada vez que uso os ditos transportes, sejam os autocarros, o metro ou outros quaisquer. E não vale a pena andar aqui com rodeios. O que me causa estas dores tão penosas são os velhotes. Sim. Os velhotes.
De cada vez que utilizo os transportes, lá estão eles. Ou melhor, de cada vez que utilizo os transportes públicos sentado. Mal me sento, já sei que na paragem seguinte vai entrar uma série de passageiros com idade superior aos 65 anos. Se for em pé, não entra um único.
Ora, imediatamente após a entrada deles, nas alturas em que vou sentado, começam logo as primeiras dores, mais ou menos na testa, numa zona que eu acho que se chama consciência. Tento olhar para o lado, ler o jornal, olhar para o tecto mas, quanto mais paragens vão passando, mais velhotes vão entrando até que as dores se tornam insuportáveis e tenho que ceder o meu lugar a um deles. E quando me levanto, o maquinista, ou motorista, por estranho que pareça, farta-se de conduzir com suavidade e passa a conduzir aos arranques fazendo com que eu ande aos encontrões a outros passageiros, às paredes ou a outra coisa qualquer. Aqui surgem dores mais variadas, em zonas a que eu chamo pernas, braços, costas ou pés.
Há uns dias, entrei no metro e estava repleto. Respirei fundo de alívio e encostei-me, em pé, a uma porta, todo satisfeito. Na paragem seguinte, entram duas criancinhas acompanhadas pela mãe. As crianças põe-se em pé à minha frente, agarradas a um varão. Umas paragens à frente, uma rapariga da minha idade, levanta-se e pergunta à primeira se não queria o lugar dela. Ela responde que não e a rapariga pergunta à segunda, que estava mesmo à minha frente. Esta fica hesitante e, aí, eu estive quase para lhe implorar que não aceitasse. Felizmente, ela recusou e a rapariga voltou a ocupar o lugar sentada. É que nesse mesmo momento eu percebi o que se estava ali a passar: a rapariga sofria do mesmo problema que eu na vertente de criancinhas, uma vertente mais rara. E caso alguma das miúdas tivesse aceite o lugar, o maquinista iria passar a conduzir de forma menos suave e o mais certo era eu levar com a rapariga em cima.
E nesse dia não levava as caneleiras.

5 comentários:

  1. Ahah teve piada o teu post :P
    É melhor começares a andar sempre equipado :P
    A verdade é que andar de transportes é mm um quebra cabeça... algo bastante violento quando se tem que ir de pé... ;\

    ResponderEliminar
  2. ahah, eu não tenho este problema porque raramente me sento, mesmo estando o metro vazio. É uma panca minha, já que faço pouco esforço, é uma maneira de combater o meu sedentarismo xD
    O meu problema está mesmo nos maus cheiros dos transportes públicos.

    ResponderEliminar
  3. "Esta fica hesitante e, aí, eu estive quase para lhe implorar que não aceitasse". Muito bom.

    ResponderEliminar
  4. MaR, a partir de agora é capacete, joelheiras, caneleiras... Não volto a facilitar! :D

    faa, eu cá para mim sofres do mesmo problema que eu e não queres é admitir!...

    POC, obrigadinho e um abraço!

    ResponderEliminar
  5. Excelente tópico! Num aparte, acho ridículo dar o lugar às crianças, que estão cheias de energia e que se fartam de fazer tropelias, não será ali que se vão magoar! Faz-me lembrar a história do velho, do rapaz e do burro...

    ResponderEliminar