quinta-feira, 28 de junho de 2012

O jogo Portugal - Espanha foi uma lição


O jogo de ontem, entre Portugal e a Espanha foi uma verdadeira lição.
Uma lição de que quando queremos muito uma coisa e lutamos por ela, chegamos lá, mesmo que a sorte nos vire as costas? Não.
Uma lição de que não temos que ter medo de ir para a frente e de que a união faz a força? Népia.
Uma lição de que é possível perder mas sair valorizado? Nada disso.
Uma lição sobre a evolução da Selecção Portuguesa e da Selecção Espanhola tendo em conta os últimos encontros protagonizados pelas duas equipas e como a nossa não foi capaz de estar à altura da História? É pá, não. Xiça.
Foi uma lição porque vi o jogo sentadinho no sofá da sala com a Maria e a minha irmã mais velha que, em comum, têm o facto de serem mulheres e não perceberem nada do que se estava a passar na televisão. Dei o meu melhor a tentar traduzir o filme chinês que estavam a ver e acho que fiz um bom trabalho porque, no fim, ficámos todos de acordo.
  "O guarda-redes de Espanha é o Cacilhas, né?"
"Não sei se terá família por lá, mas é Casillas que o homem se chama."
  "Ui, e este tão feio?"
"É o Iniesta. Grande jogador."
  "Não parece nada. Ah, este é o Piqué."
"Boa! Como é que sabias?"
  "Oh, porque é óbvio que a Shakira escolheu o mais giro."
"O Xabi tá a tirar muitas bolas ao Cristiane Ronal."
  "Este não é do Real Madrid como o Ronaldo? Pensei que fossem amigos e atira-o ao chão..."
"Estamos a jogar tão melhor, já viste? Tamos sempre a defender as bolas todas!"
  "Pois, mas se estamos sempre a defender, quer dizer que eles estão sempre a atacar, certo?"
"Ahhh....Porque é que a Espanha não põe o Messi a jogar?"
  "Tás a gozar?"
"Não, porquê? É estrangeiro? É estrangeiro, pronto."
  "Não confio muito no Patricio para os penaltis."
"Porquê? Chuta mal?"
  "O Patricio é o guarda-redes. E é do teu clube..."
"Quem é que vai marcar os penáltis?"
  "Não sei. Agora estão a escolher os 5 que vão."
"A sério? Não é sempre o mesmo que os chuta todos? Mas não dava para ser?"
  "Não me parece..."

"Não merecíamos ter perdido."
  "Sabes, tens toda a razão."

PS: Mãe, pusemos o quadro que pintaste por cima do sofá, para o caso de não teres reparado. Desculpa ainda não ter dito nada, mas ando sem saldo no telefone. :) Beijinhos.

terça-feira, 26 de junho de 2012

A mais velha aliança do Mundo continua a dar frutos


Como já aqui tive oportunidade de contar, em Maio deste ano fui com uns amigos fazer o Caminho Inglês de Santiago de Compostela. Foram 120km a pé, de muita dor e sofrimento mas foram, também, a concretização de uma ideia que já trazia comigo há algum tempo - fazer uma reportagem ilustrada de uma viagem, do início ao fim, e, depois, tentar impingi-la a um órgão qualquer de Comunicação Social que não tivesse medo de perder leitores.
Já tinha tentado fazer isso em viagens que fiz com a Maria mas, ao décimo sétimo "Tás a gozar, vais fazer um desenho outra vez?", a concentração perde-se um bocadito.
Desta vez, tive a compreensão dos meus companheiros de viagem, sempre disponíveis a parar para que eu, dia após dia, pudesse fazer mais um desenho. Agora que penso nisso, às tantas eles concordavam sempre porque já não podiam de cansaço e assim podiam parar sem dar parte fraca...
Adiante. Depois de umas boas dezenas de mails, o isco acabou por ser mordido em... Inglaterra! Mas bem vistas as coisas, não deve ser nada de extraordinário. Os livros de História contam que a mais velha aliança do mundo é entre Portugueses e Ingleses. E eu começo a perceber porquê.
Assim, a partir de hoje, e com uma cadência de um por dia, 23 desenhos da minha viagem serão publicados no sitio e no twitter da TravelMagazine.
Aquilo é rapaziada muito porreiraça embora não seja nada fácil falar com o director da coisa. Por incrível que pareça, há pessoas cuja profissão é andar de resort em resort para fazer reportagens...
Pediram-me foi para fazer uma conta no twitter para ir acompanhando as publicações. Parece que o twitter é o facebook lá do sitio. Manias. Só para que conste, a minha conta no twitter é @Tiagolealeal e a foto é a do costume.
Agora tenho é que ir mandar um tweet ao meu amigo @Cristiano. É um rapaz que vai ter uma futebolada amanhã e eu sei que ele dá valor ao meu apoio. Ai dá sim senhor.

domingo, 24 de junho de 2012

Falsa partida

Podia eu estar, neste preciso momento, a escrever este post nas Ilhas Caimão, gozando uma reforma dourada proveniente da realização de um workshop de diário gráfico quando, afinal, estou no sítio do costume - na mesa da sala, em pijama e com um copo de café instantâneo na mão.
E não estou aqui por a minha cadeira ser mais confortável que uma qualquer chaise longue de praia, ou por, de facto, o cafézinho cá de casa bater aos pontos a concorrência. Estou aqui, primeiro porque a Maria queria dormir e eu, a partir das 7h00 já não aguento estar na cama sem fazer nada, e depois porque, infelizmente, não houve número suficiente de participantes e a Papa Léguas decidiu adiar o workshop para nova data a designar.
Sim, escrevi bem - vai haver nova data. Aquilo é malta que não se rende à primeira. E, como tal, estamos a pensar em novos atractivos para aliciar mais pessoas a participar.
Mas calma. Só está previsto começar a pagar às pessoas para participarem a partir da décima nova data, marcada por falta de participantes.
Até lá, as Ilhas Caimão vão ter que esperar.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Workshop de Diário Gráfico (com cadernos de oferta, claro!)

O primeiro workshop de iniciação ao Diário Gráfico que vou dar, pela Papa-Léguas, é já no próximo sábado, dia 23 de Junho. O encontro está marcado para as 14h30 no Terminal Fluvial de Belém e, durante a tarde, iremos atravessar o Tejo, de Cacilheiro, até à Trafaria, onde iremos desenvolver alguns exercícios de desenho, tentando dar resposta às dificuldades que surgem quando se está a desenhar e a pintar (a aguarela ou marcadores, por exemplo) ao vivo, sem um photoshop a ajudar. A ideia é simular a utilização que se faz de um diário gráfico numa viagem maior mas, no fundo, o que se pretende é só passar uma tarde bem passada, por entre desenhos e conversas descontraídas.
A Trafaria é uma terra bem organizada e tem muitas coisas diferentes para desenhar: as ruas antigas, a praça da Igreja, o Terminal de Cereais, os barcos contentores de cereais, a praia, os pescadores e os seus pequenos barcos, a serra, os cacilheiros, o Tejo, Lisboa do lado de lá do Tejo, enfim.
Não falta o que desenhar. E isso é bastante reconfortante. Sim, porque quando lá fui com um colega ver que tal era a terra e perdemos o barco de regresso a Lisboa, que nos deixou uma hora à espera do próximo, deu bem para perceber que, apesar da terra ser muito bonita, não há muito mais que fazer, para além de desenhar, claro.

E se, depois disto, ainda houver alguém com dúvidas, deixem-me que vos diga que, nem o sr. Belmiro quis ficar de fora. É verdade. A Book it, uma marca de produtos de papelaria e desenho da Sonae (da Sonae, até a mim ainda me custa acreditar nisto...), ofereceu cadernos A6, de capa preta dura, folhas lisas e elástico de fecho, iguais aos que eu uso, para todos os participantes no workshop. (estou mesmo a ver que depois disto, vou receber caixotes de cadernos do sr. Alexandre, do Pingo Doce...)
Por isso, já sabem. Se quiserem fazer parte de uma guerra entre hipermercados..., quer dizer, de um workshop de diários gráficos, só têm que se inscrever AQUI.

Até sábado!

sexta-feira, 15 de junho de 2012

O orgulho de ser português também é isto


Desde que Portugal passou a ser o país dos 4 F's - Fado, Futebol, Fátima e, agora, FMI, o nosso orgulho nacional ora está em baixo, ora está em cima. Mas, curiosamente, há sítios onde é impossível não nos sentirmos bem por sermos portugueses.
Por isso, ontem quando estava de passagem a pé por Belém, resolvi parar ali, entre o Padrão dos Descobrimentos e o rio para descansar. Faz bem ao ego estar ao pé de um monumento onde figuram muitos dos nossos grandes Descobridores e tantos estrangeiros a apreciar. E uma ou duas francesas de biquíni a apanhar sol deitadas no passeio, mas isso agora não interessa nada.
O problema foi que, ao olhar para o Tejo, mesmo ao pé do monumento, a maior parte do orgulho de ser português que tinha sentido momentos antes, desapareceu num instante. Ali, num sítio onde tantos estrangeiros descansam e tiram fotografias, um engenheiro qualquer achou por bem fazer uma saída de esgotos, na rampa que liga o passeio ao rio. E não me venham dizer que eram esgotos pluviais, ou tratados, porque as centenas de taínhas que disputavam entre si os pedaços de, vamos lá, "cocó", que iam saindo, do esgoto para o rio, estavam convencidas do mesmo que eu.
Estavam elas entretidas naquilo, quando, de uma assentada, todo o meu orgulho de ser português não só voltou ao que era como ainda aumentou consideravelmente.
Dois estrangeiros que apreciavam o monumento, ao passarem junto a mim, comentaram entre si:
"Look, so many fishes! There must be food in the water!"
"Or maybe they are trying to enter the tunnel!"
Ainda estive para lhes dizer: "Aquilo para ti é comida? Lembra-me de nunca ir almoçar a tua casa. E tu, achas que aquilo é um túnel? Então olha, nunca me dês boleia, se faz favor..."
Mas fiquei por momentos a pensar no mal que, injustamente, tinha pensado no engenheiro que tinha feito aquela obra de arte, quando ele a concebeu precisamente para mostrar aos portugueses que eles estão longe de ser o povo mais ignorante do mundo.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

O maior especialista em autocarros dos SMTUC

Sim, é verdade. Não estava à espera mas o que é facto é que assim aconteceu. Sou o maior especialista em autocarros dos SMTUC, a companhia de autocarros de Coimbra e, portanto, passei a carregar comigo todo o charme que tal posição implica.
Conheço os novos e os velhos, os eléctricos e a gasóleo, os da Mercedes e os da Volvo, sem esquecer os da Leyland e da MAN, os amarelos e os... mais amarelos. Conheço-os todos.
E não foi por ter tido uma súbita vontade de ser motorista de autocarro, apesar de todo o glamour que envolve essa profissão. Podia ter sido, mas não foi.
Um casal de amigos meus decidiu dar o nó e, como se conheceram num autocarro, pediram-me para desenhar um autocarro para cada mesa da boda. Achei a ideia muito engraçada e original e, tendo em conta a variedade de sítios onde duas pessoas se podem conhecer, acho que até tive sorte. Hoje, poderia ser o maior especialista de coisas bem piores...
Mas mais difícil que fazer os desenhos foi arranjar fotos de 23 modelos diferentes. O que vale é que há pessoas com taras para tudo na net - encontrei vários sites de pessoal viciado em autocarros. Com tanta coisa boa para uma pessoa se viciar, viciam-se nessas máquinas esbeltas e magníficas, capazes de transformar toda a vida citadina de uma sociedade...
Oh oh oh... Bem, acho que é melhor ir fazer exames para ver se não fiquei viciado em nada... Vou lá já num maravilhoso e confortável autocarro e...
Ai o caneco...

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Maria Joana, vais ficar nos nossos corações


Esta semana tive cá em casa uma hóspede especial, a nossa amiga Maria Joana. No sábado passado, veio ter comigo e com uns amigos, junto a um ribeiro, e, com aquele jeito próprio de ser, nem precisou de dizer nada para eu perceber logo que queria vir passar uma semana a minha casa. Parecia entediada e não parava de andar aos círculos. Vi que realmente ela não devia andar bem e, como não podia deixar de ser, atendi ao desejo dela. Eu sou assim, quando vejo que uma amiga precisa de mim, não olho a esforços para a satisfazer... quer dizer... Adiante.
Trouxemos a comida própria dela, que ela não podia comer o mesmo que nós, a cama e até um aparelho para respirar melhor, que ela gosta de ter por segurança.
Foi uma semana muito divertida. Ela não saía muito do mesmo sítio mas deu para conversarmos, ouvir música e, como recompensa, ela deixou-me desenhá-la toda nua! Ui, a sorte foi a Maria não estar em casa nessa altura. Parecia uma cena do Titanic: eu a desenhar, a Maria Joana e água por todo o lado.
No fundo no fundo, eu sei que a Maria também gosta muito dela. Só houve uma coisa que ela disse sobre a Maria Joana que a deixou triste e deve ser por isso que ela agora quer ir embora, de volta para a casa dela. Mas pronto, como é para o bem dela, vamos deixá-la ir. Estar em casa não é para alguém como ela. Espero que ela não fique magoada com a Maria, porque ela às vezes fala sem pensar.
Até sempre, Maria Joana! Quando quiseres, tens aqui uma porta aberta.

Ah, é verdade. O que a Maria me disse sobre a Joana, que a deixou sentida, foi: "É pá, eu tirava essa logostim ou lá o que isso é do aquário e fazia era um bom arrozinho de marisco!..." Mas foi sem pensar. A Maria não é assim. É uma brincalhona. É o que é.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Miss Lisbon... at your feet!


A 4 de Junho de 1989, o Governo Chinês massacrou e reprimiu violentamente cerca de cem mil jovens na Praça Tianamen, que lutavam pela sua liberdade e pela possibilidade de evoluirem livremente, sem o peso de todo o desemprego, pobreza e corrupção que os circundava. O dia seguinte ao massacre está na memória de muitos pelo acto heróico de um jovem que, na mesma praça, enfrentou uma fileira de tanques de guerra, completamente desarmado.
Assim, a 4 de Junho de 2012, 23 anos depois e numa clara homenagem aos heróis que tiveram a coragem de enfrentar a podridão de um regime, surge, em Lisboa, a Miss Lisbon, uma empresa de jovens portugueses, decididos a pegar no seu futuro com as duas mãos.

Pois, digam lá se não era bonito a coisa ter começado neste dia mesmo por causa disto? Era, digo eu. Mas não. Foi hoje porque assim ficou decidido. E a Wikipedia tratou da parte da efeméride. Mas bem, nada é por acaso, certo?
Então vamos ao que interessa:

A Miss Lisbon é uma empresa de percursos pedestres na cidade de Lisboa. Tem 4 percursos que cobrem os locais mais bonitos da cidade e onde os passeios a pé são complementados pelos históricos Eléctricos, Elevadores e Cacilheiros, para que não escape mesmo nada. Os percursos são acompanhados sempre por um guia poliglota que, até por gestos, consegue explicar a um chinês que os Jerónimos são do Estilo Manuelino.
Para além dos percursos, a empresa vai ter o seu próprio merchandising, com t-shirts e postais que, quem vem aqui ao estaminé, é capaz de reconhecer de algum lado.

O início dos percursos será no próximo dia 18, segunda-feira. (era para ser no dia sábado, dia 16, mas parece que o Tony Carreira vai dar um concerto num pique-nique no Terreiro do Paço e não quisemos que ele ficasse triste por ficar sem ninguém na assistência...) Até lá, há toda uma série de coisas para preparar. Podem ir dando uma saltada no facebook e no site da Miss que serão muito bem-vindos!

PS: Eu sei que ninguém perguntou mas, é Miss Lisbon porque, para além de dar um ar de menina à cidade (menina e moça, meninaaaaa), é um trocadilho com miss Lisbon, sentir falta de Lisboa. Vá lá, digam que dá para perceber... Ah, e é at your feet porque Lisboa está nos pés, ao andar, ao fazer os percursos pedestres e porque também é um trocadilho ao dizer que a menina Lisboa está aos pés de quem a visita! Digam que se percebe, siiiiiiiiim! 

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Lisboa nunca mais vai ser a mesma



(E pronto, por agora, basicamente, é só isto. Na verdade, isto era para estar espalhado por todas as paragens de autocarros na cidade, como aquelas campanhas publicitárias, (a da moche da tmn, por exemplo), que não dizem sobre o que são, mas que apontam uma data para a revelação, para adensar o mistério, mas o orçamento não permitiu. Então, agora que já vos deixei a roer as unhas, tal é a densidade do mistério, vou andando que isto de mudar a Capital dá uma trabalheira do camano.
Dia 4 encontramo-nos aqui, combinado?)