segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Para que não haja desculpas


Isto hoje está de um jeito que parece o Natal antecipado, só que em vez de ser um velhote que vem do Norte, com umas roupas esquisitas a quem se pede presentes, é uma velhota que vem do Norte com umas roupas esquisitas a quem se pede presentes. Não há muita diferença. Quer dizer, talvez o buço da velhota não esteja tão grande como o do velhote mas de resto é igual.
E até o facto de as pessoas se chatearem com a velhota, faz lembrar o velhote. Eu lembro-me, quando era miúdo e dizia aos meus pais o que gostava que o Pai Natal trouxesse, que nem sempre a coisa corria como eu esperava. E a resposta dos meus pais era sempre: "Se calhar não explicaste bem..." Era o problema dos intermediários. Eu dizia aos meus pais, eles nem sempre se explicavam bem ao velhote e quem não recebia o que sonhava era eu. (Caramba, seria assim tão difícil perceber o que era um tractor John Deere em tamanho para criança mas que desse para lavrar à mesma? Ou uma bicicleta com um side-car, acelerador e um sofá no sítio do selim? Ou... desculpem, entusiasmei-me...) E aqui é tal e qual: quem manda na malta não está a perceber o que nós queremos da velhota. É que só pode ser isso. E depois são as desculpas do costume: "Eu pedi-lhe o que vocês estão a pedir e ela não quer dar. Ou então foram vocês que se explicaram mal. A culpa não é minha. Eu falei-lhe grosso e tudo. Sim, sim. Que eu sou muito mau."
Por estas e por outras é que se inventaram as cartas ao Pai Natal. Assim, não restam dúvidas. Eu, vou aproveitar para escrever aqui o meu pedido à velhota, que eu sei que ela vem cá ao estaminé, e assim sempre poupo o dinheiro do selo:
"Querida Velhota: dava jeito que desses aí um jeito nas taxas de juro que a malta por aqui anda a passar mesmo mal e não merecíamos. Tu sabes bem que grande parte da culpa é de um tipo que agora fugiu para França. E para além do mais, já és tão rica que te fica um bocadito, mas só um bocadito, mal quereres enriquecer à custa de quem já não tem quase nada. Mas o que eu te queria pedir mesmo era que não viesses vestida com decotes como da outra vez. O mais certo é depois apareceres em todos os jornais e telejornais e, pior do que não ter dinheiro e trabalho é ter pesadelos e não conseguir dormir. Pode ser? És uma querida. E fofinha, também. Beijinhos. PS: Se tiveres por aí algum tractor em tamanho de criança que não precises, diz. Tem é que ser John Deere."

3 comentários:

  1. Por mim, uns euritos já chegavam, não sou esquisita a pedir.

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  2. Caraças, acordei às 4 da manhã e deparo-me com a gorda. E agora?!...

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  3. S*, e mias vale pedir pouco e receber, certo? :D

    POC, eu sei que é complicado mas tens que ter calma. Nestes casos aconselho 2 Xanaxs e um copinho de leite morno. Mas não garanto que consigas voltar a adormecer...

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