sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Vivo numa creche


No espaço de pouco mais que uma semana, nasceram duas bebés de amigos meus. Uma verdadeira alegria. Cada uma delas é filha de casais que não se conhecem entre si, por isso estou bastante certo de que não devem ter combinado entre eles. Isto para não falar de mais uns amigos que já encomendaram o deles, outros que estão a tratar do assunto (if you know what I mean...) e outros três casais com filhos na casa dos 12 meses (só a partir dos 2 anos é que se começa a contar a idade em anos, certo?).
Esta sensação de viver numa creche, tem-me feito reflectir muito em questões essenciais. Qual é a nossa missão na vida? Qual o caminho para a felicidade? Como que raio se pega num recém nascido sem o desmanchar aos bocados? Parecem questões de resposta fácil, mas não é bem assim.
A semana passada, fomos visitar uma das bebés, com a bonita idade de 8 dias. Agora que penso nisso, eu tenho 11423 dias de idade, e sinto que ainda não fiz nada de jeito... Bem, adiante.
Comprámos o belo do patinho de borracha para o banho para oferecer (que não cabe sequer na mini banheira para bebés que eles têm, mas isso não interessa nada) e lá fomos nós.
Foi uma tarde bem passada a olhar para um bonito pedaço de esperança no futuro da Humanidade, que enchia os pais de orgulho. Incrível como há quem pense que a esperança num mundo melhor esteja na diminuição dos juros da dívida ou no aumento do PIB. Enfim.
A conversa foi muito agradável, apesar de, por mais que me esforçasse, não conseguir intervir. Nunca ninguém quer saber a minha opinião acerca de rebentamento de águas, dilatações (descobri que se mede em dedos... de médico), dores, injecções, mamilos doridos e mamadas. Estranho.
Para o fim estava reservado o momento alto. O equivalente à sobremesa quando se vai almoçar a casa de alguém ou ao charuto, quando se vai a um casamento. Pegar no bebé. Primeiro foi a Maria. Um desempenho notável. Chorou um bocadito mas com umas palmaditas no rabiosque ficou toda satisfeita. Estou a falar da bebé.
Depois foi a minha vez. Eu já tinha pegado em recém nascidos. Peguei muita vez na minha irmã mais nova mas, caramba, há 20 anos os miúdos andavam cheios de roupa. Pareciam os bonecos da Michellin - se caíssem (e acreditem que sei do que falo...), rebolavam e nada de mal acontecia. Desta vez, tinha ali uma bebé só com a fralda. Quando lhe peguei, senti uns toques no chão (a choradeira era tal que deve ter acordado a vizinha de baixo). Abanei-a um bocadinho e consegui que se acalmasse durante 2 segundos, antes de retomar o exercício pulmonar. Dois segundos inteirinhos! Ah pois é! Quem sabe não esquece.
Para a semana há mais, com uma bebé diferente. O objectivo é 4 segundos sem chorar. Três, vá. É melhor ir com calma.
É uma sensação muito engraçada. E se com um bebé de outros já o é, imagino com um nosso...

Calma mãe. Calma dona Sogra. Foi só um pensamento.

PS - O desenho é da minha sobrinha, que apesar de não ser bem uma bebé, também não é com 3086 dias que se pode dizer que seja muito crescida. Eu só dei uma ajudita na pintura.

4 comentários:

  1. Ahah gosto do teu humor, Abaná-los não costuma funcionar no bom sentido, mas em casos de desespero é mesmo o que se arranja. :)

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  2. O desenho está muito giro mesmo :D temos artista!

    Adorei o texto :) de facto, pegar em bebés pequeninos mete um pouquinho de medo mas eles não se partem ;)

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  3. Ninguém quis saber a tua opinião acerca de rebentamento de águas e dilatações? Estranho, logo tu que és um homem que sabe tanto...

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  4. O Blog da S, eu só não sei é como é que não há mais pais a atirá-los pela janela! ;)

    Estudante, o mérito não é meu!

    Hugo, é estranhíssimo. Por isso é que este país não anda para a frente. ;)

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