quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Florentino Perez a Primeiro Ministro de Portugal, já!


Sim, isso mesmo. O Florentino Pérez, o presidente do Real Madrid, devia ser o próximo Primeiro Ministro de Portugal.
Para mim, depois do que aconteceu nos últimos dias no Real Madrid e em Portugal em termos de gestão, está mais que visto que o homem dá uma abada aos incompetentes e supostos líderes aqui do rectângulozinho.
Senão, vejamos. Há uns dias atrás, o homem teve lá na empresa dele um dos melhores trabalhadores amuado, a dizer para as câmaras que estava triste, profissionalmente falando. Fez beicinho e tudo. (confesso que me vieram as lágrimas aos olhos...) Já se sabe que a austeridade faz aumentar os impostos e os rendimentos baixam. Ah, e que o carinho faz falta para se trabalhar bem.
E o que é que o Florentino fez? Disse-lhe "Ó pá, deves estar a gozar? 8 milhões dele não te chegam por ano? Se queres carinho vai mas é pedir à Irina e à D. Dolores!..." Não. E vontade não lhe deve ter faltado.
Em vez disso, certo de que ter o melhor trabalhador chateado lhe iria fazer perder rentabilidade, pegou na calculadora e fez umas contas. Com o dinheiro que esse trabalhador lhe deu e lhe dá a ganhar, já dava para um aumento suficientemente grande para nem ser preciso nenhum carinho.
Mas tendo em conta que, provavelmente outros trabalhadores se seguiriam na tristeza, cá para mim, o homem não perdeu tempo e foi falar com o Patrocinador para lhe dizer que na próxima renovação de contrato vai precisar de mais dinheiro. Com o sucesso que a empresa tem tido, ao qual muito ajudou o trabalhador amuado, o nome do Patrocinador apareceu mais na imprensa e o seu valor de mercado aumentou. E por isso, o Patrocinado, a empresa do tristonho, deve ser recompensado. Não passa pela cabeça de ninguém achar que o Real Madrid exigir mais dinheiro a um patrocinador, e possivelmente um contrato mais duradouro, é demonstrar uma fraqueza. É antes uma demonstração do seu poderio.
Por cá é tudo ao contrário. Bem, talvez à excepção do carinho.
É certo que Portugal não é propriamente uma "empresa" de grande sucesso. Mas, o pouco que tem, convinha que se mantivesse e se procurasse aumentar. Em vez disso, com medo de perder o Patrocinador, dá-se uma talhada no rendimento dos trabalhadores. Os trabalhadores ficam tristes. Produzem menos. Levam mais uma talhada que é para não serem parvos. Ficam mais tristes e fazem beicinho. Produzem ainda menos. Levam outra e outra e outra. Ah, e um carinho na página de facebook do patrão. (eu logo disse que por cá não faltava carinho...)
Tudo porque ele não é capaz de dizer ao Patrocinador que é preciso mais dinheiro para os trabalhadores terem a remuneração justa e produzirem mais e mais depressa ganharem o campeonato, quer dizer, a independência. E explicar-lhe que essa é a forma de ele próprio, o Patrocinador, também ganhar mais, já que isso vai aumentar o sucesso da empresa.
Assim, o Patrocinador vai enchendo o bandulho até secar a empresa. Depois procura outra, porque o que mais por aí há são empresas em dificuldades.
Parece que já há uma chamada Espanha e outra chamada Itália que estão na fila.

(E pensar que ainda há uns dias atrás a minha preocupação maior era só espalhar bem o protector solar e conseguir entrar na água em menos de 37 minutos. Ah, e apreciar uns rabiosques na praia sem a Maria se aperceber, vá...)

7 comentários:

  1. gostei imenso do post e claro pra dizer que concordo ctg, so nos dao pazadas, e nos todos de beicinho e cada vez mais deprimidos.

    e sim, pensar que ha 4 dias estava de ferias

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  2. Sim, de bom o nosso gestor não tem nada - a nosso ver, porque da óptica do patrocinador isto é tudo uma delícia.

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  3. O pior é que por cá o patrocinador em vez de pagar, recebe.

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  4. Bela analogia.

    O Governo está por um fio.

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  5. Trabalhadores que se sentem bem tratados produzem bem mais. :)

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  6. O Florentino Peres a 1ºministro e o Ronaldo a Ministro das finanças. Com umas equivalencias ele consegue.

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  7. Gostei da analogia, menos da parte em que relacionas a tristeza de ronaldo com dinheiro.

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