terça-feira, 30 de abril de 2013

Não sei o que é o karma - parte 2

Aqui há tempos decidi aderir à moda das mochilas para computadores. O saco só com uma alça não é muito prático quando é preciso andar muito com o pc às costas e, para além disso, não cabia quase nada. Ainda por cima, quando tenho que sair com o computador, o meu lado feminino ataca em força e sinto uma vontade incontrolável de por mais e mais acessórios na mochila - é o rato, o carregador, a pen, a tablet para desenhar, o disco rígido, os lenços de papel para limpar o ecran, o caderno, o lápis... Já para não falar na carteira, qualquer coisa para comer e... as chaves.
Felizmente, saio poucas vezes com o pc e, por isso, a minha masculinidade ainda está intacta. Quer dizer, desta última vez que saí com a mochila que já não tenho bem a certeza disso.
Vinha eu, ao fim do dia, no autocarro para casa, à procura de umas bolachas num dos 27 bolsos da mochila quando, à procura de um fecho deparo com um bolso lateral que mal se via. Abro-o e, a brilhar lá dentro, o meu chaveiro antigo, aquele que eu julguei que tinha perdido, juntamente com a minha superioridade moral na minha relação conjugal o meu porta-minas.
Depois de limpar as lágrimas de emoção, decidi dedicar o resto da viagem de autocarro a imaginar como iria mostrar à Maria que não tinha perdido as chaves em vez de continuar a ouvir a conversa do banco de trás, de uma senhora ao telemóvel a aconselhar a amiga do lado de lá a não se deixar encornar enganar mais uma vez pelo namorado.
Tentei, tentei, tentei mas... não me consegui concentrar. A senhora atrás de mim queria mesmo que toda a gente no autocarro ouvisse os conselhos dela e, por isso, quando cheguei a casa tive que improvisar. Eu sabia que só tinha uma hipótese de mostrar à Maria que não perco as coisas como ela, mas tinha que me sair a frase certa no momento certo. E as frases que ecoavam na minha cabeça naquele momento, tais como "Ai comigo ele não fazia isso que eu mostrava-lhe logo quem é que mandava!" ou "Ai filha, livra-te desse gajo que ele não vale nada!" de pouco ou nada me serviam.
Confiei nos meus instintos de improviso e, quando cheguei a casa, abri a porta com as chaves antigas, que afinal não tinha perdido, cheguei ao pé da Maria e, sem dizer nada, poisei as chaves na mesa ao pé dela. Durante 3 segundos não me saía nada, até que ela resolveu desbloquear aquela situação:
- Olha, as tuas chaves antigas! Encontraste-as?
- Sim. Vês, não sou como tu. (eu sei, tinha obrigação de ter feito melhor, mas era isso ou "Ai comigo tu não fazes isso que eu mostro-te logo quem é que manda!"...)
- O quê? Não és o quê? Desculpa lá, tu foste mandar fazer cópias de chaves que afinal nem perdeste e ainda te estás a armar?
Estava a perder a discussão. Com a minha grande astúcia, percebi que estava num beco sem saída e só havia uma coisa que eu poderia dizer para sair dali por cima:
- O que é que se faz para o jantar?

4 comentários:

  1. Pergunta(s): o tablet para desenhar é de ligação usb ao pc? Dá para usar em que programas? Onde é que compraste? :p

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  2. Start, quando ando em viagem, levo uma Wacom Bamboo Pen básica, que se liga apenas por USB. Para trabalhar em casa tenho uma Wacom Cintiq 12wx, que já tem um processador próprio.
    Tanto uma como a outra trabalham com qualquer programa de desenho, mesmo que seja o paint. Eu uso o Illustrator e o Photoshop. A Bamboo comprei na fnac, a outra foi no OLX, num dia em que me estava a sentir cheio de sorte! ;)
    Para começar, a Bamboo é excelente. Acho que custa uns 60€. Depois tens é que mostrar as bonecadas!

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    1. Muito agradecida pela informação... Por acaso não era para mim, mas para oferecer ao mano :p ahahah (se bem que, não digas a ninguém, mas era um 2 em 1: pega lá, mas agora empresta-me :p)

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  3. :) Porque é que ainda achas que tens razão quando discutes com a tua Maria? Não percebo essa insistência dos Homens...
    Já agora também ando sempre de mochila atrás...

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