Apesar de ter imensa
vontade ir à manifestação de sábado, onde vários jovens lutaram por um posto de
trabalho digno, onde enfrentaram o poder estabelecido, onde se mostraram
capazes de enfrentar novos desafios e onde se gritaram palavras de ordem, não pude
ir. Já há bastante tempo que ando com vontade de ir ver um jogo do Sporting,
mas a coisa nunca me calha a jeito. E caramba, ver aquela equipa contra o FCP
era uma boa oportunidade.
Mas bem, acabei por
conseguir ir à outra manifestação. Aquela que, para uns, foi um aglomerado de
gente sem norte, de ideias anarquistas, sem rumo definido e, para outros, como
para mim que lá estive e a senti, foi um grito de revolta. Para mim, que sou
mais novo que o 25 de Abril, nunca a Grândola fez tanto sentido como ali. Nem
mesmo no protesto ao Relvas.
Quem se manifesta não tem
que saber as melhores medidas macro-económicas para sair da crise, nem se a
conjuntura europeia o permite, nem se os mercados acordaram bem-dispostos ou o
raio que o parta. Se as pessoas soubessem, nunca votariam em políticos cuja
única especialização é saber mentir à descarada. Nunca, como agora, os
políticos faltaram tanto à verdade às pessoas, e ainda mais a quem os elegeu,
daí que a treta de que o governo é legítimo porque foi eleito não pega.
Perguntem lá ao Godinho Lopes do que é que isso lhe serviu.
A apresentação de
propostas alternativas, sendo o governo incompetente, deveria vir da oposição
mas, com propostas tão genéricas como "Acabar com a austeridade." e
"Criar uma política de crescimento.", já se percebeu que o PS só está
mesmo à espera que o poder lhe caia no colo, entregue pelos manifestantes que
no sábado saíram à rua. O que raio é "acabar com a austeridade"? É
diminuir os impostos? É diminuir as taxas moderadoras? E a política de crescimento?
É criar incentivos à criação de empresas, mas daqueles que chegam mesmo a quem
quer abrir uma, ou é só mais um conjunto de papelada que nunca vai dar a lado
nenhum e mais parece aqueles concursos das Selecções do Reader's Digest, em que
a seguir a um formulário vem outro a dizer que estamos mais perto? (e
infelizmente aqui sei bem do que falo...) Ninguém sabe. Nem mesmo quem propõe.
E é por isso que, ao
contrário do que os comentadores partidários políticos comentam, acho que
estas manifestações até têm mais peso que aquelas que são organizadas pelas
centrais partidárias sindicais que, apesar de serem bons veículos de
democracia, acabam por formatar a cabeça de quem os segue. Quando tanta gente
se indigna a ponto de sair à rua para mandar o governo embora, acho que é um
país que fala e isso deveria ser valorizado. E até acho estranho que sejam os
políticos a desvalorizar as manifestações do próprio povo que os elegeu. Se dão
tanto valor às vontades expressas pelo povo nas eleições, acho esquisito não
darem valor às vontades e aos desejos manifestados pelo mesmo povo nas manifs,
que no fundo, apenas quer líderes que representem os seus interesses e
direitos. Parece tão complicado, mas acho que é só isto.
E o que é facto é que, no
sábado, havia por lá muitos e bons desejos. Dos muitos cartazes que lá vi,
houve um que me chamou a atenção. Era muito pequeno mas vi ali um pedido que era
uma verdadeira alternativa democrática. Uma alternativa que, pelo seu conteúdo
programático, poderia mesmo ajudar o país a sair desta crise.
"Coelho, vai à
merda. Seguro, vai com ele."
que saudades de ter um lider :P :P :P e realmente não é ninguém dos que lá passeiam agora, nem sei quando aparecerá nem se aparecerá o que me deixa muito frustada, especialmente porque desconfio que se aparecer um desses tais liders muito fácilmente poderá passar a ditador
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