Este ano cumpriu-se mais uma vez a tradição do Concurso das Sardinhas das Festas de Lisboa, com todas as fases que fazem parte deste concurso a serem escrupulosamente cumpridas. Assim é que é bonito ver as tradições serem respeitadas.
A primeira fase do concurso é sempre a imaginação da sardinha a executar pelos concorrentes. Depois vem o rascunho do que se pretende fazer, a execução propriamente dita da sardinha na técnica escolhida, o envio das propostas para o júri, a apresentação dos resultados, o insulto forte e feio do júri pelos concorrentes que perderam e público em geral e, por fim, a exibição, no facebook e blogues dos concorrentes, das suas propostas de sardinhas, com um quê de injustiça à mistura, nalguns dos casos. Como se pode ver, já cheguei à última fase.
Este ano, por aquilo que me pareceu, a indignação foi ainda maior. Centenas de comentários (alguns muito inflamados) a criticar o júri e as sardinhas escolhidas com o argumento de que "de certeza que em 6446 havia propostas muito melhores".
Nesses comentários, só vejo uma coisa de errado: faltam, quase sempre três palavras antes do insulto - a primeira é na, a segunda é minha e a terceira é opinião. É que não há mesmo volta a dar - todas as pessoas têm a sua opinião, tal e qual como as pessoas que compõem o júri. Todos os concorrentes o sabem à partida e, se concorrem, sujeitam-se a isso. Para além do mais, um trabalho artístico é sempre subjectivo. Se o não fosse, não teria qualquer piada. Há pessoas que não vêem piada nenhuma numa pedra e outras que se emocionam quando olham para ela. E é por isso que muitas delas acabam mesmo pedradas.
Duvido muito que as minhas escolhas, caso fosse jurado, recaíssem sobre as dez sardinhas vencedoras. Mas também tenho quase a certeza de que, se uma das minhas ganhasse, eu não escaparia às críticas de meio mundo.
Caramba, se nem a Maria conseguiu ver ali um pastel de nata e duas colheres, acho que acabei por me safar de boa.
"Na minha opinião" as sardinhas deste ano estão mais frquinhas que as do ano passado. Adoro as ideias muito simples, lembro-me de uma sardinha com padrão de oleado de mesa de restaurante e o olho como uma nódoa de garrafa de vinho. Excelente.
ResponderEliminarMas a arte é subjectiva e importante é mesmo divulgar a cidade, o turismo e as festas.
Quando olhei pensei que a sardinha era uma pizza com uma tesoura, "na minha opinião". Gosto do espírito deste bolgue!
Eu vi logo o pastel de nata e as colheres... Acho que para "Sardinha de LISBOA" estava bastante original... Mas lá está: opiniões.
ResponderEliminaras que escolho nunca ganham, mas já acontece o mesmo com as missPortugal/mundo e afins :D
ResponderEliminarEu não sei porquê tanto alarido só por causa de umas sardinhas.Mas para dizer a verdade nunca gostei muito de sardinhas.Nem sequer sabia isso acontecia.Mas proto,obrigada pela informação.
ResponderEliminarHenrique, bolas, és o 3º tipo a dizer-me isso!
ResponderEliminarStart, ufa!
Filha, a que ganha é sempre a que pede a paz no Mundo. A Miss, claro!
Fada, ora essa. De nada. Quando quiseres saber coisas interessantes, a porta está sempre aberta. A de saída, claro, porque aqui não se aprende grande coisa...