segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Pronto, já desenhei nos transportes públicos
Fui passear com a minha cônjuge (estes termos dão logo um ar mais sério a este post) a Lisboa. Como estava bom tempo e não apetecia conduzir a nenhum dos dois, fomos de Metro. Como não podia deixar de ser, levei o meu caderninho. Primeiro pelo estilo, e em segundo porque há muitos bons desenhadores que se gabam de desenhar nos transportes públicos. Onde houver alguém a gabar-se de alguma coisa, o meu orgulho masculino empurra-me para lá, pensando ele que assim faz com que não fique atrás de ninguém. Já passei umas boas vergonhas à conta do meu orgulho e desta vez, voltou a levar a melhor. Mal me sentei no metro pus-me a desenhar.
A principio estava tudo a correr bem. O metro estava praticamente vazio. A meio da viagem sentam-se duas senhoras muito faladoras ao nosso lado. Enquanto estavam a conversar sobre madeixas e cabeleireiras tudo bem. O pior foi quando se calaram e começaram a trocar sorrisinhos... "Até está parecido, não achas?" Ao que a amiga respondeu: "Ih ih ih ih ih!" Não querendo ficar atrás, a primeira ripostou: "Eh eh eh eh eh!" E assim foram o resto da viagem...
E o que é que uma pessoa faz numa situação destas? Fecha o caderno? Continua a desenhar? E se começar a ficar mal? Aqui o esperto, achando melhor não estragar o que já estava feito (no desenho e na boa impressão das senhoras), passou a fingir que estava a continuar o desenho. Felizmente a viagem acabou depressa. Tão depressa não me volto a meter numa destas, mas se alguém me vier com a conversa de que desenhar nos transportes públicos é que é bom, já posso falar. O meu orgulho só quer o meu bem.
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