domingo, 15 de janeiro de 2012

A malta do secundário


Este fim-de-semana fui para os copos com os meus colegas do secundário. A ideia já andava no ar há algum tempo e, finalmente, acabou por se concretizar.
E confesso que até estava com algum receio do reencontro. Já não via o pessoal há uns bons 4 ou 5 anos e, nestes casos, nunca se sabe muito bem como é que a coisa vai correr. Um dos meus maiores receios era que a conversa não fluísse. O outro, era só que a malta tivesse toda engordado e eu não os conseguisse reconhecer.
Felizmente, correu tudo às mil maravilhas. Tudo bem que não me lembrava do nome de metade deles, mas felizmente tivemos o bom senso de, naquela altura, dar alcunhas a todos, e dessas, ninguém se esquece.
Mas é preciso ver que a coisa foi bem engendrada. Neste tipo de encontros, o importante é que o teor de álcool no sangue acompanhe, na razão inversa, a evolução do nível cultural da conversa.
Começámos por pedir vinho, como pessoas maduras que, já, somos. Quando a conversa acerca da actualização do perfil de cada um (os empregos, as mulheres, os filhos, as casas, os carros, os empréstimos...) se esgotou, já estávamos com um nível de álcool que nos permitiu saltar, com alguma suavidade, para os tempos em que, basicamente, eramos os maiores totós da escola. E foi muito engraçado recordar uma vez em que, em plena praia na viagem de finalistas, eu e mais 2 colegas fomos perseguidos por 3 raparigas estrangeiras que nos convidaram para sair nesse dia à noite e nós recusámos porque... íamos cozinhar bacalhau que tínhamos combinado levar de casa... Não deixa de ser irónico o bacalhau sobre o qual recaiu a nossa escolha. Valha-me Deus.
Aliás, o facto de este reencontro ter sido uma autêntica festa da mangueira, ilustra bem a relação que, naquela altura, tínhamos com o sexo oposto - nenhuma.
Depois de recordarmos os pontos altos da nossa passagem pela escola, o vinho consumido permitiu-nos não cair no vazio e, quase por instinto, começámos a contar anedotas.
Após muitas gargalhadas, apercebemo-nos de que a noite estava a chegar ao fim quando alguém, traído pelo copo, que acabara de esvaziar mais uma vez, contou uma anedota de mau gosto e ninguém se riu. Apesar de todo o tempo em que não nos vimos, mantivemo-nos pessoas com um certo nível cultural do qual nunca abdicámos.
Quando o nível desce abaixo de uma determinada fasquia, sempre soubemos que era a altura de nos despedirmos uns dos outros e ir para casa... tomar guronsan.
Se o entusiasmo não afrouxar, daqui a 2 meses há mais copos. Comigo podem contar.


PS: Eu era incapaz de contar uma anedota de mau gosto como "O que é um anão tatuado? Um abaixo assinado." É que não tem piada nenhuma. Não, a sério. Não tem mesmo.
Pronto, talvez só um bocadinho pequenino. Pequenino e baixinho. Uma autêntica piada de baixo nível. Portanto.

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