Sempre admirei as pessoas que são capazes de ficar horas a desenhar uma paisagem. Eu bem que gostava, mas a minha paciência raramente deixa. Acima de 20 minutos, a minha paciência fica de tal forma perdida que tenho mesmo que desistir do que estou a fazer. Vai daí, decidi começar a domesticar a minha paciência. Que raio, se ela é minha, tem que me obedecer...
Depois de alguns dias a desenhar paisagens com dificuldade crescente, que não me levavam mais 15 ou 19 minutos e onde consegui, com alguma dificuldade, domar a minha paciência, resolvi enfrentar um desafio para homens de barba rija: desenhar o Terreiro do Paço. Há momentos em que temos que mostrar à nossa paciência quem é que manda e o meu tinha chegado.
Fui cedo para o sítio, escolhi um local de onde conseguisse ver bem, tirei o caderno da mochila e pus as mãos à obra. Até aos 16 minutos aguentou-se bem. O pior veio depois.
A minha paciência estava decidida a não me dar tréguas e fez de tudo para me ir embora. Desde aumentar a temperatura do sol e pôr-me a suar, fazer grandes carros (entre eles um Ferrari) passar na estrada, meter turistas descascadas a passear à minha frente (que eu não olhei, obviamente) entre outras que tal, a minha paciência tentou de tudo.
Já perto do fim, quando já tinham decorrido cerca de 33 minutos e eu já tinha um sorriso de vitória na cara, a minha paciência desceu a um ponto que eu nunca esperei. Eu estava-lhe a ganhar mas há paciências que não sabem perder.
Num golpe baixo, eis que ela faz com que se encaminhe um senhor de elevada estatura na minha direcção e, a escassos 2 metros de mim, me pergunte:
"Quesss ma blte?"
Como não percebi nada, perguntei-lhe:
"Desculpe?"
Mostrando-me o que tinha na mão, volta a perguntar:
"Queres uma bolota?"
Disse-lhe que não, cocei a barba que não fazia há mais de um mês, e acabei o desenho.
Depois do calor, dos carros, das miúdas e de um traficante, tinha conseguido, com orgulho, dominar a minha paciência.
Sim, tive que sucumbir mais uma vez ao orgulho. A esse ainda não consegui dominar.
Depois de alguns dias a desenhar paisagens com dificuldade crescente, que não me levavam mais 15 ou 19 minutos e onde consegui, com alguma dificuldade, domar a minha paciência, resolvi enfrentar um desafio para homens de barba rija: desenhar o Terreiro do Paço. Há momentos em que temos que mostrar à nossa paciência quem é que manda e o meu tinha chegado.
Fui cedo para o sítio, escolhi um local de onde conseguisse ver bem, tirei o caderno da mochila e pus as mãos à obra. Até aos 16 minutos aguentou-se bem. O pior veio depois.
A minha paciência estava decidida a não me dar tréguas e fez de tudo para me ir embora. Desde aumentar a temperatura do sol e pôr-me a suar, fazer grandes carros (entre eles um Ferrari) passar na estrada, meter turistas descascadas a passear à minha frente (que eu não olhei, obviamente) entre outras que tal, a minha paciência tentou de tudo.
Já perto do fim, quando já tinham decorrido cerca de 33 minutos e eu já tinha um sorriso de vitória na cara, a minha paciência desceu a um ponto que eu nunca esperei. Eu estava-lhe a ganhar mas há paciências que não sabem perder.
Num golpe baixo, eis que ela faz com que se encaminhe um senhor de elevada estatura na minha direcção e, a escassos 2 metros de mim, me pergunte:
"Quesss ma blte?"
Como não percebi nada, perguntei-lhe:
"Desculpe?"
Mostrando-me o que tinha na mão, volta a perguntar:
"Queres uma bolota?"
Disse-lhe que não, cocei a barba que não fazia há mais de um mês, e acabei o desenho.
Depois do calor, dos carros, das miúdas e de um traficante, tinha conseguido, com orgulho, dominar a minha paciência.
Sim, tive que sucumbir mais uma vez ao orgulho. A esse ainda não consegui dominar.
Já teres conseguido dominar a tua paciência foi uma grande vitória :) O orgulho há-de ter a sua vez! E vê-se que não te poupaste aos detalhes, a ilustração ficou muito bonita. Parabéns!
ResponderEliminarParabéns, o desenho ficou mesmo muito bom!
ResponderEliminarQuanto ao orgulho, não te "rales". O orgulho é desvalorizado, é ele que nos permite olhar (de vez em quando) para o umbigo e gostar do que se vê.
Abraço
Panda
Beatriz, tem que ser um de cada vez, e sabe Deus o trabalho que dá! Obrigado!
ResponderEliminarPanda, o problema é quando se olha para o umbigo e só se vê cotão! :D Um abraço
Muito bom.
ResponderEliminarHaverias de mostrar como fica um desenho depois de saíres do "local", antes de "tratares" dele.
Fica prometido! Não sei é se depois não me fico a sentir em "pelota"!... :D
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