sexta-feira, 2 de março de 2012

Um apelo aos menores de 6 anos que forem fofinhos


Queria fazer um apelo às crianças com menos de 6 anos: quando forem à missa, não levem os vossos pais nem os vossos avós. Quando fizerem 6 anos já podem. Até lá, não me levem a mal, mas, eu preferia sinceramente que não o fizessem.
Embora muita gente possa pensar que os pais ou os avós são imprescindíveis para manter as criancinhas caladas na missa, isso não é verdade. Sim, as crianças falam durante a missa, e noutros locais onde é suposto fazer silêncio, mas nada que se compare a quem está a tomar conta delas. E o caso atinge proporções mais graves se as crianças forem fofinhas (daí o limite abaixo dos 6, idade em que metade da piada delas vai à vida) e se quem estiver a tomar conta delas forem os avós.
Aqui há tempos, fui com a Maria à missa e, como não havia mais lugares livres, ficámos sentados ao pé de uns avós com uma miúda fofinha, aí dos seus 3 anos. Este já configurava o pior caso relativamente ao barulho que se perspectivava, mas, para ajudar, os avós ainda traziam um casal amigo, uma espécie de avós em 2º grau, que a miúda não conhecia de lado nenhum.
A cerimónia lá começou calmamente. Estava tudo a correr bem quando a miúda de 3 anos exclama:
"Sou um bebé!"
Certo. Já toda a gente sabia isso, mas também não se pode dizer que tenha sido muito perturbante. O problema foi que a avozinha não estava de acordo. Uma bebé? Nem pensar.
"Não, não. Tu és uma princesa!", respondeu-lhe a avó, supostamente em surdina.
E a miúda, tendo, nitidamente, mais conhecimentos sobre a monarquia que a avó, voltou à carga:
"Bebé!"
O que veio a seguir, foram 50 minutos disto:
"Não, és uma princesa! Tens a roupinha cor-de-rosinha, não tens, fofinha? Então és uma princesa! Não és nenhuma bebé. Princesa! És a princesa da avó! Dá cá um beijinho. Não queres dar? Assim não és princesa! Ai que caiu o sapato da princesa! Temos que apanhar, não é? Olha que tens que ouvir o senhor padre a falar, princesa! Não páras quieta, fofinha princesa?"
Eu ainda estive para dizer à senhora: "Olhe, desculpe-me a intromissão mas, de facto, constato que a sua neta, cuja idade se situa entre os 2 e os 4 anos, é efectivamente um bebé, pelo que agradecia que terminasse a sua argumentação sem fundamento e me deixasse ouvir o homem." mas, como a Maria me disse "Bem, já acabou. Vamos para casa?", achei que já não valia a pena.

Já que estamos numa de apelos, aproveitava e pedia, também, aos telemóveis que quisessem ir à missa para deixarem os donos em casa. Eu sei que se os telemóveis tocarem e não estiver lá o dono para rejeitar a chamada, temos que ouvir durante mais tempo o toque do Michel Teló. Mas, por outro lado, não estando lá os donos, não se corre o risco de algum dono atender o telefone em plena igreja e toda a gente ficar a saber o que vai servir de almoço:
"O quê? Tou a ouvir mal... Queres ir lá a casa almoçar? Tá bem. Já ficas é a saber que é batatas cozidas. Não posso falar alto, caneco. Batatas! Ba-ta-tas cozidas. Xiça! Co-zi-das. Não vês que não posso falar alto?..."

11 comentários:

  1. Quem diria que uma ida á igreja pode ter tanto drama!

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  2. O que me diverti a ler este post. Adorei.

    http://amanhecertardiamente.blogspot.com/

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  3. oraaaa... isto fica aqui ao pé da minha casa, engraçado :)

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  4. tens mesmo muito jeito para o desenho. está I-G-U-A-L-Z-I-N-H-A!

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  5. Tu vais à missa? Boa! :)
    Só é pena estares mais interessado na conversa bebé/avó do que nas homilias do padre Armando Duarte! LOOL

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  6. AHAHAHAHAH
    Mas isso é uma novela ou uma missa?
    Está aqui um retrato espectacular! Que riso :)

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  7. Ca, drama é o meu nome do meio!...

    Maria, obrigado! :D

    Marta, estás a pensar na igreja de Loures, certo? Depois de dizeres isso, até tenho medo de dizer onde é... ;D

    Margarida, se isto tivesse sido numa misso do padre Armando Duarte, a história teria o dobro do tamanho! :D

    Pam, às vezes até a mim me custa distinguir!

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    1. é que não é só pela igreja, mas as figuras que fizeste à volta... além da descrição da foto.. ehe
      está na cara! :p

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  8. perdoai-lhes, que eles não sabem o que fazem :)

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  9. As missas deviam de ter acesso limitado e exclusivo a seres com determinadas e raras características. O problema depois, é que a igreja ficava vazia e o padre havia de pregar, não "pros" peixes, mas "pras" paredes.

    Excluir bebés que falam, excluir avozinhas que respondem aos bebés que falam, excluir telemóveis que tocam, excluir donos de telemóveis que tocam, excluir quem fala calado, etc e tal, e cada um haveria de querer excluir qualquer coisa, e se calhar depressa se chegaria ao ponto de até se excluir o padreco...

    Estou (?) a brincar, só lá vai quem quer (com excepção para os bebés que falam e se calhar para as avós que respondem aos bebés que falam) e deveriam respeitar as regras e respeitar os outros, tal qual como o fazem (fazem???) fora da igreja.

    ps: a igreja não é a de Loures, ou é?

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  10. Maria, é bem verdade. Pr vezes o óptimo é inimigo do bom.
    Ah, e a igreja é de Loures sim senhor! :D

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