quinta-feira, 12 de julho de 2012
Carta aberta (de apoio) ao Ministro Relvas
Caro Ministro Relvas,
Escrevo-lhe aqui hoje para demonstrar todo o apreço que tenho por tudo o que tem feito pelos portugueses nos últimos dias. Bem sei que lhe tem custado a deterioração da sua imagem e, talvez, lhe venha a custar a manutenção do seu cargo de ministro, mas acredite que aquilo que está a dar ao país vale a pena o sacrificio. E estou convencido de que, este mesmo país, mais cedo ou mais tarde, lhe fará justiça.
Falo, claro está, da sua demonstração, clara e inequívoca a toda a sociedade, da podridão em que vivem as universidades, os serviços secretos, os meios de comunicação social, os partidos políticos, a administração pública e, quem sabe, o que mais.
Não o conheço pessoalmente mas duvido que alguma vez tenha apontado uma arma a quem tinha o poder de lhe conferir o grau de licenciado para que o fizessem. Da mesma forma que, tenho quase a certeza, que não agrediu ninguém, ou raptou familiares de jornalistas, no sentido de os obrigar a não publicarem determinadas notícias a seu respeito.
O senhor apenas tentou, ou pediu, talvez com promessas de bons agradecimentos (mas quem não agradece um grande favor?), o que pretendia a quem de direito. E que mal tem pedir? (nunca vi ninguém neste país ser preso por corrupção na forma tentada)
A seriedade das pessoas a quem o fez ditou o resto. E conforme as notícias vão saindo, e os desmentidos não aparecem, percebemos, com a sua ajuda, que todos os ramos da sociedade com que interagiu foram coniventes consigo, mostrando que estão imersos numa profunda corrupção, à qual, mesmo aqueles que mais sérios parecem, sucumbem.
Muitos dos que o criticam, insistem que o senhor é que é o culpado de toda esta situação. Mas eu pergunto-me: o que é a, possível, corrupção de um homem quando comparada com a corrupção que o senhor pôs a nu de universidades, meios de comunicação social e serviços secretos? É um favor à sociedade, é o que é.
De certeza de que todos os que o criticam hoje não irão sucumbir à corrupção quando um dia forem tentados nem, tão pouco, irão tentar obter de alguém algo que, talvez, não mereçam.
O país está melhor graças ao seu exemplo.
Por toda a corrupção que tem feito, desculpe, possível corrupção, o meu muito obrigado.
Melhores cumprimentos,
Tiago Leal
PS: Mas, ao menos, veja lá se para a próxima esconde melhor as trafulhices que faz. Já não suporto ter que levar consigo, de manhã à noite, na televisão, rádio, jornais, revistas, blogs, facebook, twitter (sim sim, eu tenho um twitter e lá também falam de si...)...
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Gostei bastante da abordagem! Fez-me olhar para isto com outros olhos.
ResponderEliminarMuito bem.
Já várias vezes, antes deste episódio, me apercebi do mesmo. Se o mal fosse só dos Relvas que por aí andam, isto não estava assim. Isto vai muito mais longe. Em tudo há sempre uns que têm mais 'sorte' que outros, mas é porque lhes é permitido. E a tendência é logo virarmo-nos contra os 'sortudos', quando realmente a culpa é de quem lhes deu as abébias... Grande post, Tiago.
ResponderEliminarSubscrevo. Sobretudo o PS. :)
ResponderEliminarNem sei quem é pior: ele, que tem a lata de forjar uma licenciatura, que a universidade em questão, que tem o desplante de deixar forjar uma licencitura!
ResponderEliminarPS: Eu sei que é assim um bocadito coisa de gaja, mas há um desafio pra ti e mais uma malta lá no estaminé! :)
Concordo! Na minha opinião, o Relvas e o Sócrates são os verdadeiros pioneiros do "Novas Oportunidades".
ResponderEliminarE verdade, o facto e que o caso do Relvas tem posto muito a nu a podridao que temos nos bastidores, eu que os meninos do poder controlam tudo a troco de favores e dinheiro desviado, uma favorzinho para pagar outro. Quem e que ganha com isto? O povo nao sera certamente
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