Primeiro, quando mal sabemos falar, entregam-nos folhas brancas para riscalharmos. Quando entramos para a escola passamos a riscalhar no caderno da escola ou nos livros (quando a professora não está a olhar). E bem, esta inovação, no meu caso, durou até ao final do curso... O problema está mesmo quando se começa a trabalhar e se tem que ter um ar sério. Ainda insisti em desenhar no caderno do trabalho mas após uma reunião com um cliente, onde a minha chefe, disfarçadamente, me deu uma joelhada debaixo da mesa para parar de caricaturar o homem à minha frente e tentar ouvir o que ele estava a dizer, percebi que tinha que mudar. E só precisei de fazer uma pesquisa na net para ver que havia mais como eu. E a solução era tão simples: bastava arranjar um caderninho com capas em pele preta e canalizar os desenhos para lá. Passei a ter um sitio próprio para desenhar e as pessoas passaram a olhar-me de lado por ter um caderno cheio de estilo. Este objecto, não só dá dignidade ao simples facto de se fazerem uns rabiscos como também dá um estilo tremendo a quem anda com ele. Chego a andar com ele na mão só para me sentir no topo do mundo. A minha mulher fica doida quando me vê com ele. "Vais levar o caderno na viagem? Ainda vou dar em doida com o tempo que tenho que esperar que acabes os desenhos...", diz-me ela com uma ternura gritante.
Olá Tiago
ResponderEliminarAdorei o texto.
Rabiscar ajuda muito, como podes ver aqui
http://curiosidadeignada.wordpress.com/2010/11/02/rabiscar
Existe toda uma cultura contra rabiscos cheia de falsidades e mitos!
Bjs
Rita