segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Verão, está na altura de cada um seguir o seu caminho


Verão, não me leves a mal, mas esta relação já deu o que tinha a dar. Temos que ser realistas e ver que isto já não tem futuro. A culpa não é tua. Tu fizeste o que eu faria no teu lugar. O problema não és tu - sou eu. Diz-me sinceramente - quando olhas para o futuro, o que é que vês? Pois, aí é que está. Eu sinto que esta relação vai arrefecer com o tempo. E continuar não seria justo para ti. (se me tiver esquecido de algum lugar comum, avisem-me)
Eu dei tudo o que tinha, a sério. Já não tenho mais nada para dar. E tu sabes disso.
Eu aguentei os programas da tarde da televisão cheios de música pimba e de apresentadores a falar aos berros. Aguentei as repetições infindáveis dos programas da rádio de manhã. Até aguentei um mês inteiro sem debates políticos de jeito e as propostas da treta como a do Bloco de Esquerda para acabar com os piropos. (se é para dar cabo dos traços mais importantes da cultura de todo um povo e de uma nação, também podiam ter pedido o fim do Fado, sei lá)
Aguentei o cheiro das sardinhas assadas todos os dias no meu prédio e os putos com a música aos berros à noite no pátio.
Ouve, eu até fiz um poster para a festa na praia, quer dizer, a Sunset Beach Party que a minha irmã organizou para os anos dela, daqueles que servem para a malta tirar fotografias que tu te encarregaste de estragar. Sim sim, sabes bem que fechaste tudo o que era centros de cópias de impressão de grandes formatos em Agosto.
Olha, eu nem era para falar nisto, mas também sabes que aguentei a Maria todo o santo dia a implorar para ir à praia. E as hipotermias que eu apanhei? Disso não falas tu. Se, depois disto, eu não puder procriar, espero que isso te fique na consciência. E as horas que joguei "às raquetes" com ela na praia, mesmo que ela não se mexesse um bocadinho para o lado para acertar na bola? Pois é.
E as miúdas que tu puseste a passar à minha frente na praia? Sempre a atentar-me o juízo. O que vale é que eu não ligo nada a isso. Sou um tipo sério. Nunca reparei se os bikinis eram curtos ou se mais pareciam uma fralda, se elas saíam do mar com frio... E qual foi a necessidade de as fazeres apertar as margaridas de cada vez que saíam da água? Havia alguma necessidade? A sério...
E não penses que me esqueço quando me fizeste deixar cair a aliança de casado na areia, que se enterrou de imediato. Meia hora a esfregar a areia à procura. O que vale é que a Maria pensou que eu estava preocupado por a encontrar e não por ficar a parecer mal com um bocado do dedo sem estar bronzeado. Foi por um triz. Mas agora não dá mais.
Espero que compreendas esta minha decisão. Não quero é que fiques chateado comigo. Gostava que ficássemos amigos, sem ressentimentos.
Olha, para o ano procura-me outra vez. Está bem?
Então vá.

3 comentários:

  1. Adorei este post e acho este blogue muito interessante. Continue a escrever com inteligência e sentido de humor!

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  2. Ui, perderes a aliança era coisa para deixar uma mulher piurça!!

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  3. opiniAna, com humor ainda sou capaz, mas com inteligência não vou prometer! :)

    S*, nem quero imaginar!

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