sexta-feira, 15 de março de 2013

Um mês de gato cá em casa - o primeiro balanço


Parece que ainda ontem eu prometia à Maria que iria, finalmente, passar a ser um tipo decente se ela desistisse da ideia e já passou mais de um mês desde que temos um pequeno diabo da Tasmânia cá em casa. Era compreensível que uma promessa destas por cumprir há 10 anos acabasse por perder a validade.
Uma das coisas que mais me atrofiava, nisto de ter pequenos monstrinhos, era o conceito. Para mim, que nunca tinha tido animais em casa (tive uma lagartixa que apanhei no quintal dos meus pais, mas como só durou 3 semanas, acho que não conta), passar a ter um, com o qual a comunicação seria algo difícil, a andar por cima de tudo e mais alguma coisa, a partir umas coisas, a ter necessidades fisiológicas, fome, sede, a largar algum pêlo e a morder os donos quando a coisa não lhe cheirasse bem, parecia-me um daqueles trabalhos perfeitamente escusados.
Hoje, depois de algum tempo, percebi que ter um animal por aqui, com o qual a comunicação é quase impossível, que corre por cima de tudo e tudo, a partir e a roer montes de coisas, que tem necessidades fisiológicas que cheiram desde a casa de banho até à sala, fome e sede de um jeito que a comida e a água fazem pinturas impressionistas (são as que até fazem impressão) no chão que ele depois espalha pela casa com pegadas, a encher a casa de pêlo e a morder (às vezes forte e feio) quando alguma coisa o chateia ou não, pode, até, ser uma coisa bastante engraçada.
É um facto que obriga a repensar a decoração da casa. Mas se ele agora cá vive, também ganhou direito à sua opinião. Tínhamos umas jarras que ele não apreciava muito, uns ramos de flores secas que deviam ser uma delícia e um quadro do Klimt - O beijo, na sala (pintado pela ilustre pintora a quem chamo mãe) que tiveram que mudar de sítio: as jarras para o caixote do lixo (em cacos tornava-se muito difícil pôr flores lá dentro), os ramos para dentro de um armário e o quadro teve que ser pendurado quase ao pé do tecto (os pintores impressionistas não devem apreciar muito os realistas, como o Klimt a minha mãe, e, como tal, o gato passava a vida a tentar arranhá-lo - perfeitamente compreensível).
Mas também é verdade que acaba por dar outra animação à casa. Se há coisa que a casa agora tem é animação. Sossego só a partir das 20h00, mais coisa menos coisa. Enrosca-se no sofá a dormir e arma-se todo em fofinho.
E é aí que, eu e a Maria, ficamos imenso tempo a olhar para ele e nos convencemos que não o podemos atirar pela janela abaixo deixamos embevecer pelo Tobiazinho, o nosso gatinho queridinho.
"Ahhh, TOBIAAAS!"
Ups, tenho que ir.

5 comentários:

  1. Repensar a decoração da casa faz parte das tarefas essenciais de qualquer novo dono. A minha casa nunca mais foi a mesma, mas para melhor! :)

    ResponderEliminar
  2. Os gatos são uma loucura, correm imenso e realmente infestam a casa com o cheiro dos conguitos... mas enchem o coração.

    ResponderEliminar
  3. Pec, é mesmo!

    Vespinha, também ajuda a tirar o excesso de bibelôs que se acumulam com o tempo e que não fazem lá falta nenhuma! :)

    S*, sim, enchem a paciência durante o dia e o coração durante a noite!

    ResponderEliminar
  4. Preferia um bebé do que um gato. Já tem dois gatos na minha vida e não cabem mais.

    ResponderEliminar